sábado, 26 de julho de 2008

DIFERENÇA QUE GERA UNIÃO

As estrelas e a lua se fundem
Tal como a minha mão e a tua se confundem.
Tão diferentes são as cores que a noite apelam ao morcego,
Tão diferente somos nos, tu branca e eu negro.

O mundo fez-se diferente, o céu e a terra
Tu e eu, vivendo da agua, sobrevivendo a seca.
Tanta desigualdade desencadeia um cosmos
Nesse ponto de encontro, vejo-te a ti, criando esses filhos nossos.

Tons de pele branca. Tons de pele negra,
O acasalar de duas cores, e mais cores a união gera,
E a mais seres a união atribui diferenças
E a mim, e a ti, a união fez-nos as avessas.

Trocados na génesis e encontrados nos dias de hoje
Tu e eu, porque as barreiras caíram, somos cônjuges
Felizes com as semelhanças, aceito que és diferente
E porque da diferença nasce a união, aí a tens, em teu ventre.

NOS MOMENTOS DE SOLIDÃO

Bem no fundo do meu ser homem
Encontro uma fragilidade.
Nos meus momentos de solidão
Liberto esta estranha sensibilidade.

Em publico sou um homem,
E os homens não choram!
Mas nos meus momentos de solidão
Sofro, choro e entrego-me ao amor...

Nestes meus momentos de solidão
Reconheço e tão bem me apercebo
Que vivo como um homem,
Mas amo como uma mulher.

BENDITOS SÃO OS OLHOS QUE NÃO VÊEM

Benditos são os olhos que não vêem
Felizardos são estes que não crêem
Bem intencionados os mesmos que têm
Vontade de viver – pois não vêem

Meus olhos se vêem lacrimejam
Estes, se crêem, se desinteressam
Só têm percepções que detestam
E não querem mais ver – apenas lacrimejam.